Uma condição ocular relativamente rara que afeta a posição das pálpebras superiores e/ou inferiores é a retração palpebral, também conhecida como olho de gato. Isso porque os olhos ficam com uma aparência mais aberta e também arregalados, o que muitas vezes é preocupante para os pacientes. Essa condição, vale destacar, não ocorre apenas com adultos, ela também pode atingir crianças.
A princípio, o problema pode ocasionar preocupação estética, uma vez que a aparência dos olhos apresenta assimetria facial, seja nos casos em que ocorre a retração unilateral (um único olho), seja no aspecto de olhar assustado quando se configura como bilateral (nos dois olhos).
No entanto, o outro problema que a retração palpebral é capaz de provocar é o fisiológico. Quando as pálpebras superiores são atingidas, a córnea (parte mais sensível do olho) fica desprotegida. Isso provoca sensação de corpo estranho nos olhos, ardência, vermelhidão e embaçamento visual.
O que pode causar a retração palpebral?
Uma variedade de fatores pode ser a causa dessa condição. Entre eles:
Doenças Tireoidianas: problemas com a glândula tireoide, como a doença de Graves – inflamação nas pálpebras que acomete a musculatura responsável pela abertura palpebral – podem levar a alterações no tecido ocular, causando a doença;
Lesões Oculares: traumas ou lesões oculares podem afetar a posição das pálpebras, resultando em retração;
Cirurgias Oculares Anteriores: algumas cirurgias oculares, como a cirurgia de catarata, podem levar à condição como uma de suas complicações;
Síndrome de Marcus Gunn: esta é uma condição congênita rara que pode causar a condição devido a uma conexão anormal entre os músculos da mandíbula e da pálpebra;
Doenças Neurológicas: algumas doenças neurológicas, como a síndrome de Parinaud – uma certa paralisia ocular – podem causar alterações no controle dos músculos oculares.
Quais são os sintomas e as consequências da retração palpebral?
A retração palpebral pode resultar em uma série de sintomas e consequências para os pacientes. Além da aparência física alterada, os sintomas podem incluir:
Olhos Secos: a exposição constante da superfície ocular devido à retração de pálpebras pode causar olhos secos e irritados;
Sensibilidade à Luz: a retração palpebral pode tornar os olhos mais sensíveis à luz, causando fotofobia;
Visão Dupla: a posição alterada das pálpebras pode afetar a coordenação dos olhos e levar à visão dupla;
Lacrimejamento Excessivo: alguns pacientes podem relatar lacrimejamento excessivo devido à irritação ocular crônica;
Problemas Estéticos e Sociais: a aparência incomum dos olhos pode afetar a autoestima e a confiança dos pacientes, levando-os a problemas sociais e emocionais.
Existem tratamentos para essa condição ocular?
Os tratamentos para a retração palpebral vão depender da causa subjacente e da gravidade da condição. Algumas opções incluem:
Colírios Lubrificantes: os colírios, quando indicados pelo oftalmologista, podem aliviar a secura ocular e a irritação dos olhos;
Terapia com Iodo Radioativo: em casos relacionados a doenças tireoidianas, o iodo radioativo pode ajudar a normalizar a função da tireoide e a reduzir a retração palpebral;
Cirurgia Corretiva: nos casos graves e incapacitantes, a cirurgia conhecida como blefaroplastia pode ser necessária para reposicionar as pálpebras.
Tratamento da Causa Subjacente: se a retração for diagnosticada devido a uma doença subjacente como uma doença neurológica, por exemplo, é importante tratar a condição primária.
A importância do diagnóstico com profissional qualificado e do apoio psicológico
Vale lembrar que a retração palpebral é uma condição ocular rara, mas que pode causar desconforto significativo para os pacientes, tanto em termos de sintomas físicos quanto emocionais. Por isso, é essencial procurar um oftalmologista que faça o diagnóstico preciso e conversar sobre as opções de tratamento adequadas ao seu caso.
Além disso, o apoio emocional e a compreensão por parte da família e de amigos são fundamentais para ajudar os pacientes a lidar tanto com as preocupações estéticas quanto com as sociais associadas a essa condição. Com tratamento adequado e apoio, certamente, muitos pacientes podem encontrar alívio para os sintomas e também melhorar sua qualidade de vida.
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