Gestação – Como a toxoplasmose pode afetar a saúde do feto? 

Compartilhe nas Redes:

A gestação é um período mágico na vida da mulher! Afinal, ela representa a criação de uma nova vida, transformando seu corpo e sua mente em um laço único de amor e cuidado. É um momento de profunda conexão entre mãe e bebê, repleto de descobertas, expectativas e emoções intensas. Além disso, a gravidez traz uma sensação de poder e realização, já que a mulher se torna o primeiro lar, proteção e fonte de vida para seu filho. 

Este período, certamente, exige cuidados importantes com a saúde tanto da mãe quanto do bebê que está por chegar. É comum que as gestantes tenham acompanhamento contínuo do obstetra, para garantir que tudo saia conforme o esperado. O que nem sempre gera preocupação é a saúde ocular. No entanto, devido às alterações hormonais, metabólicas e imunológicas, durante a gravidez, podem ocorrer problemas visuais. O agravamento de condições pré-existentes como diabetes gestacional e hipertensão, ou problemas oculares como olho seco, alterações na córnea são alguns exemplos.

Além disso, infecções mais graves, como toxoplasmose e rubéola, podem causar danos oculares tanto na mãe quanto no feto, levando a sequelas visuais permanentes no bebê. Por isso, o acompanhamento oftalmológico durante o pré-natal é essencial para prevenir, diagnosticar e tratar precocemente quaisquer alterações que possam comprometer a visão da gestante ou do recém-nascido. 

Neste artigo, vamos nos ater às complicações visuais causadas pela toxoplasmose na saúde ocular da gestante e do bebê que está por vir. 

O que é a toxoplasmose?

A toxoplasmose é uma infecção causada pelo protozoário Toxoplasma Gondii, que pode ser especialmente perigosa durante a gestação devido ao risco de transmissão vertical (da mãe para o feto). Além dos possíveis danos sistêmicos ao bebê, a doença pode afetar diretamente a saúde ocular da gestante e do feto, podendo levar a complicações visuais graves se não for diagnosticada e tratada adequadamente.

Transmissão e riscos na gestação 

A infecção pelo Toxoplasma Gondii ocorre principalmente por meio do consumo de água ou alimentos contaminados (como carnes mal cozidas), contato com fezes de gato infectadas ou transmissão congênita. Em gestantes, a infecção primária – quando ocorre pela primeira vez durante a gravidez – é a maior preocupação, pois o parasita pode atravessar a placenta e infectar o feto.

Gestante, vestindo branco, em seu quarto,  acaricia a barriga.

O risco e a gravidade da toxoplasmose congênita dependem do trimestre em que a mãe é infectada:

  • 1º trimestre: menor chance de transmissão (cerca de 15%), mas maior risco de sequelas graves, como microcefalia, hidrocefalia e lesões oculares;
  • 2º e 3º trimestres: maior probabilidade de transmissão (até 70%), mas as manifestações podem ser menos severas, ainda que a saúde ocular do bebê seja comprometida.

Manifestações oculares na gestante e no feto 

Na gestante 

Em mulheres com sistema imunológico normal, a toxoplasmose geralmente é assintomática ou causa sintomas leves, como febre e linfadenopatia. No entanto, em gestantes imunocomprometidas, a infecção pode reativar e causar coriorretinite (inflamação da retina e coroide), levando a sintomas como:

  • Visão turva ou embaçada; 
  • Fotofobia (sensibilidade à luz);
  • Moscas volantes (pontos escuros no campo visual);
  • Dor ocular.

Se não tratada, a inflamação pode evoluir para cicatrizes retinianas e perda permanente da visão.

No feto (Toxoplasmose Congênita) 

A toxoplasmose congênita pode causar lesões oculares graves no recém-nascido, mesmo que a mãe não apresente sintomas. As principais complicações incluem:

  • Coriorretinite: inflamação da retina e coroide, que pode levar a cicatrizes e perda visual; 
  • Estrabismo: desalinhamento dos olhos devido a danos neurológicos ou musculares;
  • Nistagmo: movimentos involuntários dos olhos;
  • Atrofia óptica: degeneração do nervo óptico, causando cegueira parcial ou total;
  • Uveíte: inflamação intraocular que pode causar dor e visão reduzida.

Muitas vezes, os bebês nascem sem sintomas, mas as lesões oculares podem se manifestar meses ou anos depois, o que destaca a importância do acompanhamento oftalmológico prolongado.

Médico segura mão de recém-nascido que tem um bracelete azul de identificação no braço esquerdo. 
Durante a gestação é necessário tomar cuidado com determinadas doenças que podem afetar o feto ou o bebê, como a toxoplasmose.

Diagnóstico e tratamento 

Diagnóstico na gestante:  é feito por meio de exames sorológicos (IgG e IgM) para detectar infecção recente ou passada. Se confirmada a infecção aguda, exames como ultrassom fetal e amniocentese podem avaliar a transmissão para o feto.

Diagnóstico no recém-nascido: bebês de mães infectadas devem ser avaliados com exames como testes sorológicos, fundoscopia (avaliação da retina) e tomografia de coerência óptica (OCT) para detectar lesões retinianas.

Tratamento da condição 

O tratamento visa reduzir a carga parasitária e prevenir sequelas. Na gestante, utiliza-se espiramicina (para reduzir a transmissão fetal) e sulfadiazina + pirimetamina + ácido folínico (em casos confirmados de infecção fetal, após a 16ª semana).

No recém-nascido, o tratamento inclui antibióticos e corticoides para controlar a inflamação ocular. O acompanhamento oftalmológico é essencial para monitorar possíveis recidivas da coriorretinite.

Prevenção da toxoplasmose 

A prevenção é fundamental para evitar a infecção durante a gestação. Recomenda-se:

  • Evitar carnes mal cozidas e lavar bem frutas e vegetais; 
  • Usar luvas ao manipular terra ou limpar fezes de gato; 
  • Beber apenas água filtrada ou fervida; 
  • Realizar exames pré-natais para detecção precoce da infecção.

Por fim, vale lembrar que a toxoplasmose na gestação pode ter sérias consequências para a saúde ocular da mãe e do bebê. O diagnóstico precoce, o tratamento adequado e as medidas preventivas são essenciais para reduzir os riscos de lesões oculares permanentes. Sendo assim, gestantes devem ter acompanhamento médico rigoroso para garantir uma gravidez segura e a saúde visual do recém-nascido. 

Dra. Cristiane Bins: a sua referência de Oftalmologia em Porto Alegre!      

Sempre que você tiver dúvidas sobre a sua visão ou se aparecer alguma alteração visual, como manchas, sensibilidade à luz ou baixa visão repentina, é importante que você procure o seu médico oftalmologista.

A Dra. Cristiane Bins é Oftalmologista e Especialista em Cirurgia Plástica Ocular e, se estiver na Zona Sul de Porto Alegre, pode contar com os seus serviços. Clique aqui para marcar uma consulta

Av. Diário de Notícias, 200 – 1806 

Barra Shopping Sul – Cristal / Porto Alegre

Telefones: (51) 3024.8333 – (51) 3024.6070 

Whatsapp: (51) 992336979

Cristiane Araujo Bins - Doctoralia.com.br

Continue se Informando

Veja Mais Novidades:

Oftalmologista realizando exame ocular em paciente idoso.

Trabeculoplastia Seletiva a Laser (SLT)

A Trabeculoplastia Seletiva é um tipo de terapia a laser que utiliza pulsos de baixa energia para estimular as células do trabeculado, a estrutura responsável pela drenagem do humor aquoso (líquido intraocular). Ao melhorar o escoamento desse fluido, a SLT reduz a pressão intraocular (PIO), um dos principais fatores de risco para o avanço do glaucoma. 

O glaucoma pode causar cegueira?  

O glaucoma é uma doença ocular que afeta os olhos, causando danos ao nervo óptico. A condição faz com que a visão seja reduzida aos poucos, de forma progressiva. Por isso, ela é considerada uma doença silenciosa, seus sintomas são imperceptíveis na maioria dos casos. No entanto, se não for tratada, pode levar à cegueira.

Agende Sua Consulta!