Diabetes e visão: uma relação perigosa que exige cuidados!

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A diabetes, uma condição metabólica caracterizada pelos níveis elevados de glicose no sangue (hiperglicemia), é muito mais do que uma doença que afeta o controle do açúcar. Ela é uma ameaça silenciosa e significativa à saúde ocular, sendo uma das principais causas de cegueira irreversível em adultos em todo o mundo. 

A visão é um dos sentidos mais preciosos, e o diabetes pode comprometê-la de várias maneiras, tornando o acompanhamento oftalmológico regular não uma mera recomendação, mas uma parte indispensável do manejo da doença. O aumento dos níveis de açúcar no sangue, típico da doença, quando não controlado adequadamente, pode levar a várias complicações oculares,  que incluem catarata, glaucoma, retinopatia diabética e até cegueira. 

Este artigo pretende esclarecer aspectos relacionados à saúde ocular em indivíduos diabéticos, explorando as principais preocupações decorrentes do diabetes não controlado.

Condições oculares provocadas pelo diabetes descontrolado

As principais complicações da diabetes para os olhos são: retinopatia diabética, glaucoma, catarata, cegueira e edema macular. 

  1. Retinopatia Diabética: o mecanismo pelo qual o diabetes danifica a visão está intimamente ligado à hiperglicemia crônica. Níveis de açúcar persistentemente altos no sangue acabam por danificar os minúsculos e frágeis vasos sanguíneos que irrigam a retina, a camada mais interna do olho responsável por captar a luz e transformá-la em imagem. Geralmente, é assintomática em suas fases iniciais. 
Jovem com cabelo longos e castanhos, sentada num sofá azul, faz o teste de glicose com uma canetinha medidora.

A doença ocular se desenvolve em duas fases principais. Inicialmente, na forma não proliferativa, as paredes dos vasos enfraquecem, formando microaneurismas, que podem vazar fluidos (edema) e sangue (hemorragias) para dentro da retina, causando embaçamento visual. 

Se não controlada, a retinopatia evolui para a fase proliferativa, na qual a retina, por falta de oxigênio (isquemia), começa a criar novos vasos sanguíneos anômalos e extremamente frágeis. Estes neovasos sangram com facilidade e podem levar ao descolamento de retina tracional, resultando em perda de visão severa e permanente.

  1. Glaucoma: também é uma doença ocular mais prevalente em indivíduos diabéticos, pois o diabetes pode danificar os vasos sanguíneos do nervo óptico ou contribuir para a formação de neovasos que obstruem o fluxo normal do humor aquoso, elevando a pressão intraocular. 

A princípio, não se consegue identificar os primeiros sintomas, pois eles surgem somente no estágio avançado. Isso resulta em perda da visão periférica e, posteriormente, à cegueira. 

De maneira geral, estes são os principais sintomas do glaucoma: perda gradual da visão periférica, dor nos olhos, olhos vermelhos, aumento da pressão intraocular e, por fim, cegueira. 

  1. Catarata: essa é mais uma condição comum que se manifesta após o desenvolvimento do quadro de retinopatia diabética. Ela tende a aparecer mais cedo e progredir mais rapidamente em diabéticos devido às alterações metabólicas no cristalino (a lente intraocular natural no olho) que faz com que  ele se torne opaco, turvando a visão. 

Entre os principais sintomas da catarata, podemos destacar: dificuldade de enxergar com nitidez, visão embaçada ou distorcida, sensibilidade à luz, halo ao redor das luzes, dificuldade de dirigir à noite devido ao brilho dos faróis, mudanças frequentes na prescrição de óculos, melhoria da visão de perto por um breve período, perda de boa parte da visão, alteração do contraste das cores e cegueira.

Catarata é uma das doenças oculares que podem ser provocadas pelo diabetes.
  1. Edema Macular Diabético: esta doença ocular é uma extensão da retinopatia e a principal causa de perda da visão central. Ocorre quando o vazamento de fluidos dos vasos danificados se acumula na mácula, a parte central da retina, responsável pela visão de detalhes e cores. 
  1. Cegueira: este é um dos principais efeitos da relação entre diabetes e olhos. E, para esses casos, não há tratamento para reverter o quadro.

Como se prevenir dessas doenças provocadas pelo diabetes? 

A mensagem fundamental é que a grande maioria dessas complicações pode ser prevenida ou significativamente retardada. O pilar dessa prevenção é o controle rigoroso dos níveis de glicose no sangue (glicemia), da pressão arterial e do colesterol, seguindo as orientações médicas à risca. 

No entanto, talvez ainda mais importante, são os exames oftalmológicos regulares. Um oftalmologista pode detectar os sinais iniciais da retinopatia diabética, por exemplo, muito antes de o paciente perceber qualquer sintoma. Por meio de um exame de fundo de olho com dilatação da pupila, é possível visualizar a retina e identificar microaneurismas, hemorragias e edemas em seu estágio inicial.

E quais os tratamentos disponíveis?

Em caso de diagnóstico, os tratamentos evoluíram enormemente. Injeções intravítreas de medicamentos antiangiogênicos são eficazes para reduzir o edema macular e inibir a formação de neovasos. A fotocoagulação a laser pode ser usada para selar vazamentos e destruir áreas isquêmicas da retina. Em casos mais avançados, procedimentos cirúrgicos como a vitrectomia podem remover o sangue do vítreo e reparar descolamentos de retina.

Em resumo, a diabetes exige uma visão de futuro literal e figurada. A perda de visão não é uma consequência inevitável da doença, mas sim o resultado de um controle inadequado e da falta de monitoramento. A chave para preservar a visão reside no binômio incontestável: controlar a glicemia e consultar o oftalmologista anualmente, garantindo que qualquer alteração seja identificada e tratada no seu estágio mais precoce e manejável. 

Close-up do globo ocular com destaque para um procedimento feito com o uso do laser.

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