O glaucoma é uma doença ocular que causa danos ao nervo óptico. A condição faz com que a visão seja reduzida aos poucos, de forma progressiva. Por isso, ela é considerada uma doença silenciosa, seus sintomas são imperceptíveis na maioria dos casos. No entanto, se não for tratada, pode levar à cegueira.
O glaucoma é a principal causa da cegueira no mundo! De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que mais de 76 milhões de pessoas sejam afetadas pela condição globalmente, com projeções indicando que esse número pode aumentar para 111,8 milhões até 2040.
Já no Brasil, os dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) apontam que cerca de 1 milhão de pessoas têm glaucoma, ainda que metade delas desconheça o diagnóstico. A prevalência aumenta significativamente com a idade, afetando cerca de 2% da população acima de 40 anos e até 6% das pessoas com mais de 60 anos.
Neste artigo exploraremos tipos, causas e fatores de risco, sintomas e tratamentos para a condição.
Causas e fatores de risco para o desenvolvimento do glaucoma
O glaucoma é uma doença multifatorial, seu desenvolvimento e progressão são influenciados por diversos fatores que servem de alerta. Confira:
- Aumento da pressão intraocular: esta é a causa principal do desenvolvimento da condição. Normalmente, o olho produz um fluido (humor aquoso) que é drenado por meio da malha trabecular. Quando há um desequilíbrio entre a produção e a drenagem do mesmo, a pressão ocular aumenta, podendo comprimir e danificar as fibras do nervo óptico ao longo do tempo. Porém, nem todas as pessoas com pressão intraocular elevada desenvolverão a doença , mas algumas podem desenvolvê-la mesmo com pressões consideradas normais;
- Idade acima dos 40 e, especialmente, acima dos 60 anos – a idade é um fator de risco significativo para o glaucoma após os 40 anos. Isto resulta, em parte, das mudanças estruturais e funcionais que ocorrem nos olhos com o envelhecimento, incluindo a diminuição da eficiência do sistema de drenagem do humor aquoso. Porém, outros fatores importantes incluem miopia alta, trauma ocular prévio e uso prolongado de corticosteroides;
- Condições médicas associadas: diabetes mellitus, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, hipotireoidismo, apneia do sono e enxaqueca são algumas das condições associadas ao risco de desenvolvimento da doença;
- Fatores genéticos e histórico familiar de glaucoma – a condição genética desempenha um papel muito importante na ocorrência desta doença. Estudos apontam que indivíduos com histórico familiar da condição têm um risco aumentado de desenvolver a doença. Estima-se que este seja de 4 a 9 vezes maior em pessoas com parentes de primeiro grau afetados. Além disso, várias mutações genéticas foram associadas a diferentes tipos de glaucoma como, por exemplo, mutações no gene MYOC ligadas a casos de glaucoma de ângulo aberto de início precoce.
Sintomas e progressão do glaucoma
Na maioria dos casos, especialmente no glaucoma de ângulo aberto, os estágios iniciais da doença não apresentam sintomas perceptíveis. Porém, vale ressaltar que a ausência de sinais não significa ausência de doença! O que torna os exames oftalmológicos regulares essenciais para sua detecção.
Sinais iniciais sutis
- Dificuldade para adaptar-se a ambientes escuros;
- Leve desconforto ocular ou sensação de pressão nos olhos;
- Necessidade frequente de trocar a prescrição dos óculos;
- Perda gradual da visão periférica (geralmente não percebida inicialmente).
Sinais de estágios avançados
- Visão tubular pronunciada;
- Dificuldade significativa para enxergar em ambientes com pouca luz;
- Perda da visão central;
- Dor ocular (em alguns tipos de glaucoma);
- Náuseas e vômitos (em casos de glaucoma agudo de ângulo fechado).
Tipos de glaucoma
Importante destacar que o glaucoma não é uma única doença, mas um grupo de condições que afetam o nervo óptico de maneiras diferentes. Entre os principais tipos estão:
- Glaucoma de ângulo aberto: o tipo mais comum, desenvolve-se lentamente e, muitas vezes, sem sintomas iniciais perceptíveis;
- Glaucoma de ângulo fechado: menos frequente, mas pode se desenvolver rapidamente e é considerado uma emergência médica;
- Glaucoma de pressão normal: ocorre quando há dano ao nervo óptico, mesmo com pressões intraoculares normais;
- Glaucoma congênito: presente ao nascimento ou desenvolvendo-se na primeira infância;
- Glaucoma secundário: resulta de outras condições oculares, lesões ou uso de certos medicamentos.
Tratamentos para o glaucoma
O fundamental no tratamento é a redução da pressão ocular. Dependendo do tipo da doença, isso pode ser feito por meio de medicamentos ou até mesmo por cirurgia.
Medicamentos e colírios
Os colírios são frequentemente a primeira opção de tratamento para a condição. Estes medicamentos reduzem a produção de humor aquoso ou aumentam sua drenagem, resultando em uma diminuição da pressão intraocular. As principais classes de medicamentos incluem:
- Análogos de prostaglandinas (ex: latanoprosta, bimatoprosta)
- Betabloqueadores (ex: timolol, betaxolol)
- Inibidores da anidrase carbônica (ex: dorzolamida, brinzolamida)
- Agonistas alfa-adrenérgicos (ex: brimonidina)
- Mióticos (ex: pilocarpina)
Procedimentos a laser
Normalmente esta terapia é utilizada quando as medicações não conseguem controlar a pressão intraocular, porém antes de se tentar a cirurgia. O procedimento deve ser feito no consultório médico e, geralmente, dura entre 15 a 20 minutos. O resultado final pode levar de 3 a 4 semanas para aparecer.
Cirurgias
Quando os medicamentos e os procedimentos a laser não são suficientes para controlar a doença, a cirurgia pode ser necessária. A trabeculectomia é uma das mais tradicionais para o glaucoma.
Trabeculectomia: procedimento usado para aliviar a pressão intraocular. Neste cria-se uma nova via de drenagem para o humor aquoso, permitindo que ele escape da câmara anterior do olho para um reservatório criado sob a conjuntiva.Costuma ser indicado para controlar o glaucoma em casos cujo tratamento clínico não surte efeito e quando os exames mostram que o quadro clínico não evolui.
Outras opções cirúrgicas incluem a implantação de dispositivos de drenagem (como válvulas de Ahmed ou Baerveldt) e procedimentos minimamente invasivos de cirurgia de glaucoma (MIGS).
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