Um dos principais desafios que pacientes enfrentam após terem passado por cirurgias oculares é a adaptação do olho ao novo ambiente pós-cirurgia. Entendê-los é fundamental tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde, a fim de implementar estratégias eficazes de prevenção e tratamento.
Entre os sintomas mais comuns no pós-cirúrgico ocular está a Síndrome do Olho Seco. As cirurgias oculares, em especial a cirurgia refrativa, alteram a anatomia da córnea, interferindo na sensibilidade dos nervos responsáveis pela estimulação da produção lacrimal. Isso pode levar a uma diminuição temporária na produção de lágrimas, resultando em sintomas como ardor, coceira, sensação de secura ou areia nos olhos e visão embaçada.
Síndrome do Olho Seco no período pós-cirurgia ocular
O olho seco é uma condição na qual a produção de lágrimas é insuficiente para manter a superfície ocular devidamente lubrificada. Essa sensação pode se tornar mais prevalente após cirurgias oculares. Vale destacar que não é grave, se tratada tão logo surjam os sintomas.
Dentre as intervenções que podem desencadear ou agravar a Síndrome do Olho Seco, destacam-se a cirurgia refrativa, como a que utiliza o laser para correção de miopia, hipermetropia e astigmatismo, bem como o procedimento cirúrgico para catarata. Essas intervenções cirúrgicas, embora sejam eficazes na melhoria da visão, podem comprometer temporariamente a produção de lágrimas e exigem cuidados específicos no pós-operatório para minimizar os efeitos de secura ocular.
Educar o paciente sobre os fatores desencadeantes do olho seco, assim como a exposição ao vento e a utilização excessiva de dispositivos eletrônicos, principalmente após a realização de cirurgias oculares, pode ser essencial para um gerenciamento eficaz da condição ocular.
Como tratar a secura ocular após procedimentos cirúrgicos nos olhos?
Sabe-se que a exposição a ambientes secos e poluídos, além do uso prolongado de dispositivos eletrônicos, pode causar inúmeros problemas oculares e, no caso específico pós-cirurgia do olho seco, agravá-lo ainda mais. Para tratar a condição, nessas circunstâncias, a recomendação é o uso regular de lágrimas artificiais e a adoção de medidas para minimizar a exposição ao ar condicionado e a outros fatores desidratantes.
Além das lágrimas artificiais, outras opções de tratamento podem ser consideradas. Os colírios anti-inflamatórios muitas vezes podem ser prescritos para controlar a inflamação, enquanto agentes e lubrificantes mais espessos, como géis oculares, podem ser indicados para proporcionar uma lubrificação mais duradoura durante a noite.
No entanto, um aspecto crucial é o acompanhamento médico pós-cirúrgico e a administração de medicamentos somente recomendados pelo oftalmologista. Este desempenha um papel fundamental na identificação precoce e no gerenciamento do olho seco. Pode ser que seja solicitada a realização de exames específicos, como o teste de Schirmer, para avaliar a produção lacrimal do paciente , permitindo-lhe ajustar o plano de tratamento conforme a necessidade .
Não se pode deixar de lembrar que a conscientização do paciente sobre a importância da adesão ao tratamento é fundamental. Não raro, a melhora dos sintomas depende da consistência na aplicação das gotas prescritas e na implementação de medidas preventivas.
Além disso, estratégias não farmacológicas podem complementar o tratamento. A utilização de compressas quentes sobre os olhos, massagens suaves na região das pálpebras e a prática da “regra 20-20-20” – que consiste em pausas a cada 20 minutos para olhar para algo a 20 pés de distância por pelo menos 20 segundos – podem aliviar os sintomas e promover o conforto ocular em qualquer situação seja ela cirúrgica ou não.
Por fim, cabe destacar que a sensação de olho seco pós-cirurgia é uma condição temporária, mas que requer atenção e cuidados específicos. Para melhor resultado, a colaboração entre o paciente e o oftalmologista é essencial para um manejo eficaz. Isso garante não apenas a recuperação visual, mas também o conforto ocular a longo prazo.
A compreensão dos desafios associados ao olho seco pós-cirurgia e a implementação de medidas preventivas e terapêuticas adequadas, portanto, são cruciais para garantir uma transição suave e bem-sucedida para a vida pós-operatória.
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