A saúde de homens ou mulheres possuem diversas diferenças segundo estudos.
O cuidado com a saúde, e aqui se insere a dos olhos, tem sido objeto de estudo em diversas universidades que apontam maior prevalência de doenças oculares em mulheres do que em homens.
Isso, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), deve-se à sua expectativa de vida maior que a do sexo masculino – em média sete anos a mais – e , também, à falta de acesso aos serviços médicos em sociedades mais vulneráveis. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam que duas a cada três pessoas cegas no mundo são mulheres.
Sem dúvida, dados preocupantes.
Entretanto, ainda que as mulheres sejam as mais afetadas por doenças oculares, os homens não deixam de ser um número significativo nesse contexto. Entre os principais motivos apontados pelos pesquisadores está a falta de cuidado com a sua saúde em geral; uma questão cultural que precisa ser revista urgentemente.
A Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, em 2016, realizou um estudo para determinar as razões da baixa frequência de pessoas do sexo masculino nos serviços de saúde. O resultado, segundo os dados da pesquisa, aponta como causa as questões referentes à masculinidade e à autossuficiência. Por conta disso, deixam de buscar atendimento e prejudicam-se ainda mais.
A SAÚDE OCULAR DE HOMENS OU MULHERES DIFERE?
De acordo com o professor Eduardo Rocha, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, as diferenças que existem em relação à saúde e à manifestação de doenças masculina e feminina se dão por conta das influências das estruturas ligadas ao corpo, circulação, enervação e hormônios. Ele cita, por exemplo, o glaucoma de ângulo fechado, a catarata, doenças relacionadas aos distúrbios da lágrima e problemas na retina, como as que aparecem mais nas mulheres. Já nos homens são as ligadas à hereditariedade e aos traumas oculares. Diabetes e hipertensão são condições comuns para os mesmos devido ao consumo exagerado de açúcar e sal.
DOENÇAS OCULARES MAIS COMUNS AOS HOMENS
Existem várias doenças oculares que podem afetar homens, especialmente com faixa etária dos 40 e 50 anos. Entre elas estão:
Presbiopia: condição relacionada à idade que causa dificuldade em enxergar de perto. Ela ocorre devido à perda gradual da flexibilidade do cristalino, a lente natural do olho;
Glaucoma: doença ocular caracterizada pelo aumento da pressão intraocular, que pode causar danos ao nervo óptico e levar à perda permanente da visão. Geralmente não apresenta sintomas iniciais, mas pode levar à cegueira se não for diagnosticado e tratado precocemente;
Catarata: é a opacificação do cristalino, que é a lente natural do olho. Entre os sintomas estão visão turva, sensibilidade à luz e dificuldade em enxergar à noite. A cirurgia de catarata é comum e geralmente resolve o problema;
Degeneração macular relacionada à idade (DMRI): doença que afeta a mácula, parte da retina responsável pela visão central nítida. A condição é mais comum em pessoas com mais de 50 anos e pode causar visão embaçada ou distorcida. Existem diferentes formas de DMRI, incluindo a forma seca e a forma úmida;
Retinopatia diabética: complicação ocular associada ao diabetes. O alto nível de açúcar no sangue pode danificar os vasos sanguíneos da retina, levando à perda de visão.
Daltonismo: a alteração na percepção das cores afeta um em cada 10 homens.O gene do daltonismo está ligado ao cromossomo X, e os homens possuem apenas um X (XY), enquanto as mulheres são XX. A percepção do daltônico é alterada principalmente na visão das cores verde, vermelho e azul, e das cores derivadas. É uma doença que não tem cura e nem tratamento.
Essas são apenas algumas das doenças oculares que podem afetar homens entre 40 e 50 anos. Por isso, a melhor forma de prevenção ainda é consultar um oftalmologista regularmente para exames de rotina e, ainda, buscar atendimento médico se houver qualquer alteração na visão ou desconforto ocular.