Olho seco pós-cirurgia ocular 

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Uma das condições oculares bastante comum, para quem acabou de realizar uma cirurgia ocular, é a sensação de estar com os olhos secos. E, certamente, isso acaba  afetando a qualidade de vida e a recuperação do paciente. Muitas vezes, até desperta dúvidas sobre o resultado do procedimento.  

Entretanto, esse sintoma é normal. O olho seco  é uma condição caracterizada pela diminuição da produção de lágrimas ou pela evaporação excessiva das mesmas. Logicamente, isso resulta em desconforto, visão turva e outros sintomas incômodos. 

São vários os fatores que podem ocasionar a Síndrome do Olho Seco, nome dado à condição. Eles compreendem não apenas procedimentos cirúrgicos e possíveis inflamações, como também outras alterações na superfície ocular ou na produção lacrimal. Porém, essa situação pode ser facilmente contornada com o auxílio de medicações indicadas pelo oftalmologista responsável pelo procedimento. 

Quais são as causas do olho seco pós-cirurgia 

Entre as causas da Síndrome do Olho Seco após cirurgias estão:  

1. Inflamações : a inflamação costuma ser uma resposta comum, após uma cirurgia ocular, que pode afetar a produção e a qualidade das lágrimas. Essa resposta inflamatória é capaz de desencadear uma disfunção das glândulas lacrimais, que acaba reduzindo a produção de lágrimas e alterando sua composição;  

2. Alterações na Superfície Ocular:  alguns procedimentos oculares cirúrgicos podem alterar a superfície ocular e a integridade da camada de lágrimas. Dessa maneira, podem comprometer a distribuição e a estabilidade do filme lacrimal, aumentando a evaporação das lágrimas e resultando nos sintomas de olho seco. Por vezes, a incisão cirúrgica e o manuseio das tecidos oculares provocam microlesões que interferem no funcionamento normal das glândulas lacrimais.

Close de um rosto masculino com olho vermelho, um dos sintomas do olho seco.

3. Mudanças na Produção Lacrimal: algumas cirurgias oculares podem impactar diretamente nas glândulas lacrimais ou nos nervos que regulam a produção de lágrimas. Essa diminuição lacrimal acaba por intervir na sensibilidade corneana e, consequentemente, na produção de lágrimas reflexas, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da Síndrome do Olho Seco.

Quais são os sintomas da condição e como é feito o diagnóstico? 

Sintomas de olho seco pós-cirurgia :

  • Vermelhidão ocular;
  • Sensação de ardor ou queimação nos olhos;
  • Sensibilidade à luz (fotofobia);
  • Sensação de corpo estranho ou areia nos olhos;
  • Visão turva ou flutuante;
  • Cansaço ocular;
  • Dificuldade para usar lentes de contato.

Diagnóstico : o diagnóstico da condição é baseado na história clínica do paciente, nos sintomas relatados e em exames específicos. 

Os exames mais comuns incluem:

  • Teste de Schirmer: avaliando a produção de lágrimas;
  • Teste de coloração com fluoresceína: avalia a integridade da superfície ocular;
  • Osmolaridade lacrimal: mede a concentração de solutos nas lágrimas;
  • Análise da camada lipídica: avalia a estabilidade do filme lacrimal.

Tratamento para a síndrome do olho seco

Mulher loira usando lubrificante ocular para tratar olho seco.

1. Lubrificantes Oculares: os colírios são um dos principais aliados no tratamento da condição. Estes funcionam como “lágrimas artificiais” e são frequentemente usados ​​para aliviar os sintomas do olho seco, pois ajudam a manter a superfície ocular hidratada e a melhorar a qualidade do filme lacrimal;

2. Anti-inflamatórios: estes medicamentos , como colírios de corticosteroides e ciclosporina, auxiliam na recuperação da superfície ocular que foi prejudicada pela falta de lubrificação. Costumam ser prescritos para reduzir a inflamação e melhorar a produção e a qualidade das lágrimas; 

3. Oclusão dos Pontos Lacrimais: procedimento indicado em casos de olho seco severo. A oclusão é uma opção terapêutica que objetiva reduzir a drenagem das lágrimas e aumentar sua permanência na superfície ocular; 

4. Terapias Complementares: algumas terapias, como a aplicação de compressas quentes, massagem das sobrancelhas e suplementação com ácidos graxos ômega-3, podem ajudar a melhorar a função das glândulas meibomianas e a qualidade do filme lacrimal.

É possível prevenir o olho seco após cirurgia ocular? 

Ainda que nem sempre se consiga prevenir todos os casos da síndrome do olho seco, algumas medidas preventivas podem minimizar os fatores de risco:

  • Mantenha os olhos hidratados: usar colírios lubrificantes, sem conservantes, desde que recomendados pelo oftalmologista, sempre que necessário; 
  • Evite ambientes com ar seco: ambientes com ar condicionado ou pouco ventilados devem ser evitados. Use um umidificador se for necessário; 
Mulher trabalhando com notebook em ambiente bem arejado e com boa iluminação.
  • Pisque com frequência: é importante que, especialmente ao usar dispositivos digitais, você lembre de piscar com maior frequência;
  • Evite as telas: durante a recuperação, evite o contato com telas pelo tempo indicado pelo médico especialista. Uma vez que esteja liberado o uso das mesmas, faça pausas aplicando a regra 20-20-20. A cada 20 minutos, olhar para algo a 20 pés (6 metros) de distância por 20 segundos; 
  • Proteja os olhos de vento e poeira: use óculos de sol em ambientes externos;
  • Mantenha uma dieta equilibrada: consumir alimentos ricos em ômega-3, como peixes e sementes.

Sem dúvida, o olho seco pós-cirurgia ocular é uma complicação que pode afetar a  recuperação e o conforto do paciente. Para contornar a situação, identificar precocemente a síndrome e saber o manejo adequado da condição são essenciais para minimizar seus impactos negativos e promover uma recuperação bem-sucedida.  

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